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  • Foto do escritorRedação GoHuman

O que é segurança psicológica e por que sua empresa deveria se preocupar com isso

Atualizado: 19 de set. de 2022

Entenda os perigos e as consequências de ambientes profissionais tóxicos e descubra os benefícios de promover segurança psicológica no ambiente de trabalho

Qual seria sua reação se ao conversar com os profissionais da sua empresa, você descobrisse que, diariamente, 40% deles sentem-se preocupados; 23% sentem-se tristes; 21% sentem raiva; e 44% enfrentam níveis elevados de estresse – e tudo isso por motivos relacionados ao trabalho?


Pois, acredite: de acordo com o estudo State of the Global Workplace 2022, desenvolvido pela Gallup, esse é o panorama global do ambiente de trabalho atualmente.


Ainda segundo o relatório, o grau de engajamento dos colaboradores está estagnado em um nível considerado baixíssimo desde o início da pandemia: globalmente, somente 21% dos profissionais sentem-se engajados; e 33% sentem que estão prosperando.

E mais: apenas 9% dos funcionários em todo o mundo dizem que estão, simultaneamente, prosperando e engajados no trabalho. A maioria (57%) afirma que não está engajada, nem prosperando em suas profissões.


Você concorda que não dá para olhar para esses dados e achar que está tudo bem no ambiente corporativo, não?


Investir na segurança psicológica é uma das formas de garantir que, da próxima vez que você for perguntar aos seus colaboradores como se sentem, as respostas sejam bem mais positivas do que as que apresentamos até aqui.


O que é segurança psicológica?


Mesmo que você não tenha ouvido falar sobre segurança psicológica, é provável que já tenha presenciado ou mesmo vivido o oposto: ambiente profissional tóxico, com muitos episódios de humilhação e grosseria, onde o medo é algo comum nas relações entre líderes e subordinados.


Na prática, em culturas com baixa segurança psicológica, estresse, ansiedade, burnout, depressão, exaustão e sobrecarga fazem parte do dia a dia dos profissionais.


Por outro lado, um nível elevado de segurança psicológica proporciona à cultura corporativa elementos como: transparência, colaboração, diversidade e inclusão, sensação de pertencimento, curiosidade e espaço para inovação.

“Quando falamos em segurança psicológica, estamos falando da dinâmica das relações e de como essa dinâmica viabiliza a criação de espaços de diálogo e de autenticidade dentro das organizações. Esse é o elemento essencial de culturas de inovação e de alta performance”, explica Alessandra Cavalcante, cofundadora da GoHuman.

A especialista detalha que em um ambiente em que há segurança psicológica, a vulnerabilidade é recompensada – ao invés de reprimida. “E não estamos falando aqui de espaços de exposição desnecessária de vulnerabilidade. Mas é onde podemos falar sobre vulnerabilidade sem pré-julgamento”, frisa.

Rachel Goldgrob, cofundadora da GoHuman, concorda. E reitera: “No final das contas, é simples: oferecer segurança psicológica é permitir que as pessoas sejam elas mesmas, possam falar o que pensam, criticar e ouvir críticas sem medo de punição, sem medo de serem ridicularizadas. É simples assim”.

Onde entra a demissão silenciosa?


Você já ouviu falar em quiet quitting (que, em português, seria algo como ‘demissão silenciosa’)?


É assim que está sendo chamada a atitude de manter o emprego atual, mas fazendo apenas o que está descrito nas funções do seu cargo, evitando horas extras e quaisquer outras atividades fora do padrão. Ou seja, quem se demite silenciosamente, faz exatamente o que foi contratado para fazer e que condiz com sua remuneração atual. Ponto final.

Para algumas pessoas isso pode parecer absurdo. Afinal, ir além das suas funções e absorver uma carga de trabalho mais pesada do que a sua atividade exige foi considerado algo normal no ambiente corporativo por muito tempo. Inclusive, provavelmente muitos profissionais das gerações Baby Boomer e X devem ter ouvido que essa era a suposta receita para o sucesso.

Contudo, Millennials e jovens da Geração Z podem ter uma visão diferente sobre este assunto e, inclusive, tem se posicionado contra a cultura workaholic. As desistências/demissões silenciosas, que viraram trend no TikTok e pauta em diversos veículos de imprensa e perfis nas redes sociais nas últimas semanas, são um reflexo disso.

Mais do que isso, o quiet quitting é um sinal de que as pessoas não estão mais dispostas a prejudicar sua qualidade de vida e saúde física e mental em troca de uma possível promoção ou apenas para manter um emprego.

Indo além, o fato de esse movimento acontecer de forma silenciosa, mostra que os profissionais sentem que não são ouvidos e, por isso, preferem nem expressar suas opiniões e necessidades.



A segurança psicológica como caminho para evitar este e outros problemas

Quando o benefício de ficar calado e não se engajar no trabalho é maior do que o de se posicionar, o resultado é um time apático. Isso acontece quando as pessoas temem que suas sugestões sejam ridicularizadas ou que elas sejam penalizadas de alguma forma por tentar contribuir.

De acordo com análises da Gallup, essa situação é mais comum do que se imagina. Em um estudo feito nos Estados Unidos, apenas três em cada 10 funcionários disseram que concordam que suas opiniões contam.

Por outro lado, a segurança psicológica gera no time a sensação de pertencimento, a convicção de que suas ideias e opiniões não serão ridicularizadas e a confiança de que há espaço para erros no processo de aprendizagem.


A consequência desse cenário pode ser percebida em níveis maiores de engajamento, inovação, produtividade e satisfação. Tudo isso se traduz também em menos rotatividade e retrabalho.

Inclusive, de acordo com o Projeto Aristóteles, do Google, a segurança psicológica é o principal fator para a alta performance de uma equipe. Além disso, 89% dos profissionais que participaram de uma pesquisa da McKinsey disseram que consideram a segurança psicológica algo fundamental no ambiente corporativo.


Benefícios diretos da segurança psicológica no ambiente de trabalho

No mesmo estudo da Gallup citado anteriormente, pesquisadores concluíram que se a proporção de profissionais que se sentem ouvidos aumentasse para seis em cada 10, isso poderia reduzir a rotatividade em até 27% e os incidentes de segurança em 40%. Além disso, a produtividade poderia aumentar em 12%.


Nessa mesma linha, análises da Gartner, Gallup e Harvard Busines Review indicam que segurança psicológica no trabalho gera benefícios como:

  • 27% menos rotatividade;

  • 76% mais engajamento;

  • 50% mais produtividade;

  • 74% menos estresse;

  • 29% mais satisfação;

  • Profissionais 57% mais dispostos a colaborar;

  • Profissionais 26% mais preparados e habilitados – já que eles aprendem mais rapidamente quando se sentem psicologicamente seguros;

  • Probabilidade 67% maior de que os trabalhadores apliquem uma habilidade recém-aprendida.

Por fim, pesquisas da McKinsey também mostram que quando os funcionários se sentem à vontade para solicitar ajuda, compartilhar sugestões ou confrontar o status quo sem temer consequências negativas, a organização tende a inovar mais rapidamente e está mais preparada para se adaptar às transformações do mercado.


Os quatro níveis da segurança psicológica no ambiente de trabalho


As cofundadoras da GoHuman explicam que em seus trabalhos de consultoria aplicam uma metodologia que organiza a segurança psicológica no ambiente de trabalho em quatro estágios:

1) Segurança de Inclusão


Nessa fase, integrantes do time sentem-se incluídos e seguros para serem quem são. Há um forte sentimento de pertencimento e conexão.

2) Segurança para Aprender


Nesse nível de segurança psicológica, o processo de aprendizado entre os membros do time é natural. Há espaço para questionamentos, feedback, experimentação. Além disso, erros são aceitos como parte do processo.

3) Segurança para Contribuir


Nessa etapa, as pessoas se sentem confortáveis para oferecer suas contribuições ao time. Os profissionais utilizam suas habilidades e competências de maneira genuína, colaborando para um objetivo comum.

4) Segurança para Desafiar


Nesse estágio de segurança psicológica, os integrantes do time se desafiam mutuamente, buscando a melhoria contínua, aprimoramento, mudança, performance.

“Esse é o nível em que atingimos a plenitude da segurança psicológica no time. É quando as pessoas se sentem seguras o suficiente para desafiar o status quo”, explicam Alessandra e Rachel.

As especialistas destacam que esse escalonamento acontece dentro de dois parâmetros essenciais: respeito e permissão. “Qual é o nível de respeito que vai ser estabelecido nesse time e quais serão as permissões? É papel do líder calibrar esses dois aspectos para guiar a promoção da segurança psicológica de maneira efetiva”, salientam.



Saiba mais sobre segurança psicológica no ambiente de trabalho

Este é apenas o primeiro artigo da nossa série sobre segurança psicológica.


No segundo artigo da série aprofundamos os quatro estágios, falamos sobre o papel do líder neste processo e sobre os passos fundamentais para promover um ambiente psicologicamente seguro. Leia!


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