Entenda a relevância do autoconhecimento para os líderes e saiba como essa habilidade pode impactar o desenvolvimento de lideranças
Em jornadas de desenvolvimento de lideranças, é comum não saber por onde começar ou em quais aptidões focar.
Mas existe uma habilidade especial que pode tornar os líderes mais confiantes, criativos e aptos a tomar melhores decisões, aprimorar seus relacionamentos e sua forma de se comunicar. E ainda, desenvolvê-la também ajuda os líderes a se posicionarem de maneira mais autêntica, gerando impactos positivos.
Estamos falando do autoconhecimento – e, de maneira mais ampla, da autoconsciência. São dois conceitos que, para fins de compreensão, trataremos como complementares.
Estudos publicados na revista Harvard Business Review indicam que o autoconhecimento pode impactar diretamente as relações e a performance dos líderes. Mais do que isso, uma pesquisa feita pela Universidade de Cornell concluiu que o autoconhecimento é o indicador mais forte de sucesso da liderança.
De acordo com a análise, “os executivos com maior probabilidade de apresentar bons resultados finais são líderes autoconscientes, que são especialmente bons em trabalhar com indivíduos e em equipes”.
Alessandra Cavalcante, cofundadora da GoHuman, explica que essa também é a primeira etapa de muitos processos de desenvolvimento de liderança.
“Ter indivíduos capazes de reconhecer suas emoções e de identificar como reagem a determinadas situações, ou seja, ter a capacidade de perceber seus gatilhos, é fundamental no mundo corporativo. A etapa de autoconhecimento é um pilar essencial em nossos programas de desenvolvimento de líderes”, destaca.
Alessandra conta que, a partir do autoconhecimento, é possível reconhecer:
Seus valores;
Suas preferências;
Suas emoções;
Suas forças;
Suas vulnerabilidades;
O que você precisa desenvolver;
E como vai lidar com esse processo.
Mas o que é autoconhecimento?
“Autoconhecimento é a habilidade de nos vermos claramente, de entender quem somos, como os outros nos veem e como nos encaixamos no mundo. O autoconhecimento nos dá poder. Nem sempre podemos gostar do que vemos, mas há conforto em nos conhecermos.” Tasha Eurich PhD, psicóloga organizacional e pesquisadora na área de desenvolvimento executivo
Segundo a especialista, existem dois tipos de autoconhecimento:
● Autoconhecimento interno, que envolve uma compreensão clara dos próprios valores, paixões, aspirações, reações emocionais e comportamentais, bem como pontos fortes e fracos. Essa capacidade está associada à maior satisfação no trabalho e nos relacionamentos, controle pessoal e felicidade.
● Autoconhecimento externo, que se refere à compreensão de como os outros nos percebem. Isso inclui uma noção realista das percepções e expectativas externas. Indivíduos com alta autoconsciência externa são mais hábeis em demonstrar empatia e adotar perspectivas dos outros, o que contribui para relacionamentos mais positivos e eficazes.
Tasha detalha que existem quatro arquétipos que refletem diferentes níveis e combinações de autoconhecimento interno e externo, destacando a importância de desenvolver ambos os aspectos para um crescimento pessoal e liderança eficaz.
Conhecedores (Aware):
Alta autoconsciência interna, alta autoconsciência externa
Sabem quem são, o que querem realizar e buscam honestamente feedback dos outros. Muitos líderes se encaixam nesta categoria.
Introspectivos (Introspectors):
Alta autoconsciência interna, baixa autoconsciência externa
São claros sobre quem são, mas não buscam feedback dos outros; isso pode prejudicar seu sucesso.
Buscadores (Seekers):
Baixa autoconsciência interna, baixa autoconsciência externa
Ainda não sabem quem são, o que representam ou como sua equipe os vê. Como resultado, podem se sentir presos ou frustrados com seu desempenho e relações.
Agradadores (Pleasers):
Baixa autoconsciência interna, alta autoconsciência externa
Podem ser focados demais em aparecer de uma certa maneira para os outros, a ponto de ignorar quem realmente são. Isso pode torná-los infelizes e insatisfeitos.
Segundo pesquisas realizadas por Tasha e seu time com milhares de indivíduos no mundo todo, apesar de 95% das pessoas acreditarem que têm nível elevado de autoconhecimento, apenas entre 10% e 15% realmente se conhecem de fato.
O autoconhecimento e o desenvolvimento de lideranças
Rachel Goldgrob, cofundadora da GoHuman, explica que o autoconhecimento é a porta de entrada para o desenvolvimento de lideranças.
“Precisamos olhar para nós mesmos antes de lidar com os outros. Se você tem autoconhecimento, você sabe quem você é, como funciona, quais são suas preferências, suas tendências e gatilhos, o que te incomoda, o que te faz feliz, o que te motiva, quais são seus valores. É uma jornada interna para investigar todos esses pontos”, aponta.
Na visão da GoHuman, o autoconhecimento pode impactar o desenvolvimento de lideranças de diferentes maneiras:
1) Autorregulação emocional e melhor tomada de decisões
Segundo Rachel, o autoconhecimento capacita os líderes a tomarem decisões mais conscientes e a influenciar positivamente suas equipes.
Conhecer seus próprios valores, motivações e limitações permite que os líderes ajam de maneira mais eficaz e alinhada com seus objetivos e os da organização, direcionando melhor seus esforços de desenvolvimento.
A especialista ressalta ainda que essa autoconsciência é fundamental para que o líder consiga regular suas emoções, impactando de maneira positiva o seu posicionamento.
“Um líder com alto nível de autoconhecimento está mais consciente de suas próprias emoções e consegue lidar com elas de maneira mais eficaz – o que é crucial para liderar com sucesso e inspirar confiança na equipe”, aponta.
2) Construção de relacionamentos mais autênticos e empáticos
O relacionamento com os profissionais é algo crucial no desenvolvimento de lideranças. Ter mais autoconsciência também pode impactar o aperfeiçoamento do líder nessa área.
Afinal, como lembra Rachel, o autoconhecimento possibilita que o líder construa relacionamentos mais autênticos e empáticos com suas equipes.
“No contexto da liderança humanizada, o autoconhecimento é fundamental para ter relacionamentos melhores e conexões autênticas – não apenas como líderes em direção aos subordinados, mas também com colegas e superiores. Além disso, o autoconhecimento é importante para a saúde mental dos líderes, pois ajuda a entender e regular suas emoções e evitar que entrem ou coloquem os outros em zonas indesejadas de estresse”, destaca.
3) Aprendizagem ágil
Por fim, Alessandra Cavalcante indica que ter um alto nível de autoconhecimento é um dos fatores fundamentais para que os líderes possam evoluir e se adaptar de forma ágil.
“Os líderes que têm mais autoconsciência conseguem acelerar seu desenvolvimento. Ao aprender a lidar com o que os mobiliza, conseguem refletir e atuar de maneira mais efetiva, se adaptando e ampliando seu repertório para enfrentar situações semelhantes em diferentes contextos”, frisa.
A GoHuman cria programas de desenvolvimento de lideranças humanizadas que, dentre outras coisas, ajudam a desenvolver o autoconhecimento e a autoconsciência dos participantes. Entre em contato conosco para saber como podemos trabalhar juntos.
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